quarta-feira, 30 de março de 2011

Morre l e n t a m e n t e . . . - Poesía de Pablo Neruda

Pablo Neruda - Morre Lentamente

 Quem morre?

Morre lentamente
quem se transforma em
escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o preto no branco
e os pingos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música
,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.



[Pablo Neruda, poeta chileno, nasceu em Parral, em 12 de julho de 1904 — Santiago.  Foi um dos mais importantes poetas da língua espanhola no século XX e cônsul do chile na Espanha (1934-1938) e no México. Faleceu em 23 de setembro de 1973].


Infelizmente conhecemos muitas pessoas que deixam morrer sua inteligência e sabedoria ,não é mesmo?!  Mas NOS POCILIEMOS para não sermos contaminados!

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